Menestrel Cibernético

Saturday, June 10, 2006


"ELEGIA A UM FERROVIÁRIO"
Minha lealdade devo a um lugar.
Um passado, a família, aos amigos,
a cidade onde nasci.
Aos mestres que me ensinaram,
ás árvores e montes que escalei;
aos rios e lagos que me banhei...
Mas meu coração de menino,
se apaixonou pelo trem.

O trem de passageiros, da família
e forasteiros; do caixeiro viajante,
do militar, do poeta cantante,
do namorado e amante.
Dos recém casados,
que em "lua de mel" viajavam !

Gente culta, bem vivida,
gente que amava, e se reverenciava
e o chapéu, por cortesia tirava !
Linda era a vida, o amor mais belo,
No tempo do trem
das Estradas de Ferro !!!

O Chefe da Estação do Trem,
Meu pai, ternura humana também !
Não viveu o tempo e a tristeza
do funeral das estações abandonadas;
dos trilhos arrancados da linha,
e da última composição trafegar...
Partiu para rever seus companheiros
no céu; no eterno chegar e partir dos
trens que amou durante toda sua vida.

Naquele dia, um menino não foi visto
correndo entre os vagões, como fazia.
A noite vestiu seu manto de luto escuro,
quando lágrimas de uma fina chuva,
lavou o aço reluzente dos trilhos,
do inesquecível trem de passageiros,
e a lembrança do saudoso ferroviário !

Agmon Rosa
(poeta e filho de ferroviário)

1 Comments:

Blogger DALVA SAUDO said...

AGMOM

MEU TIO FOI FUGUISTA, MEU PAI TRABALHAVA NO "CARRO" RESTAURANTE E MINHA MÃE FOI BORDADEIRA NA NOB (NOROESTE DO BRASIL) BORDAVA NAS FRONHAS PARA QUE PASSAGEIROS DESCANSASSEM CONFORTAVELMENTE SUAS CABEÇAS.
GOSTEI!
DALVA SAUDO

7:48 PM  

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